Leila Pinheiro Leila Pinheiro - Baião de Lacan

A terra em transe franze,racha pela beira feito cabaço de freira,
solto e lá vem um!
Mas o Brasil ainda batuca na ladeira:
Bafo, Congo, Exu, Taieira mais Cacique e o Olodum...
Deus salve o budum!Viva o murundum!E é tumtum, tumtum, tumtum, tumtum.
Eu ouço muito elogio à barricada.
Procuro as nossas por aqui, não vejo nada
Só levo arroto e perdigoto no meu molho
Se tento ver mais longe,tacam o dedo no meu olho.
Quem fica na barreira pode inté ficar roncolho.
Um empresário quis que eu fosse a Massachutis.
Ok, my boy! - cheguei pra rebentar e putz!
Voltei sem calça e quase que um me sequestrava.
Ao conferir o saldo, no vermelho fui parar.
Tô com o João Ubaldo: chega essa Calcutá!
Eu tô a mil por aí, atleta do Juqueri,um sócio a mais da Golden Cross de carteirinha...
Tanto sofri nessa afã que um seguidor de Lacan
Diagnosticou stresse me mandou pra roça descansar...
Eu fui pra Limoeiro e encontrei o Paul Simon lá
Tentando se proclamar
Gerente do mafuá
Eu enconteri o Paul Simon tentando se proclamar
Gerente do mafuá
Se o peão não chiar,o Boi-Bumbá vai virar vaca.